segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Columba


Não sei se alguma vez ouviram falar neste nome. Para mim, até há umas semanas atrás, era-me completamente desconhecido. Não estou certa se alguém o achará bonito ou usável, mas ele é tão diferente que me chamou logo à atenção! Depois, repeti-o imensas vezes na minha cabeça para saber se gostava da sonoridade ou não e não cheguei a conclusão nenhuma. Para mim, Columba continua tão intrigante como no dia em que o vi pela primeira vez!

Fiquei em dúvida se deveria dar primazia à grafia Colomba, que é a versão italiana e espanhola do nome, ou se deveria restringir-me àquela que era a grafia utilizada em Portugal num passado muito distante, e também a mais internacional, Columba. Achei que Colomba, por apresentar uma sonoridade mais aberta poderia soar mais moderno ou até retirar algum peso ao nome ou adicionar-lhe alguma candura e doçura. O meu patriotismo acabou por falar mais alto e decidi manter Columba, tal como na versão original.

De acordo com o Behind the Name, Columba é um nome feminino que tem a sua raiz num latim mais tardio, que significa pomba. Um nome com significado idêntico a Paloma ou Jonas. Foi inicialmente considerado um nome unissexo, existindo Santos e Santas com este nome, todos eles mártires cristãos. No entanto, quis saber qual seria a tradição do seu uso – em termos de género – em Portugal, por isso corri as bases de dados do Arquivo Regional da Madeira para registos de Casamentos e Batizados, e lá estavam elas, esposas e filhas – Columbas do século XIX, algumas delas com uns compostos bem interessantes como Aurélia Columba, Columba Amália, Columba Augusta e Columba Maria Rosa.

Mas pensar este nome e não pensar em Cristóvão Colombo pode ser praticamente impossível, por isso tentei descobrir se haveria relação entre os dois. Aparentemente, o nome Colombo ou Columbo foi importado pelos portugueses que estiveram no Sri Lanka em 1505, derivado do termo cingalês clássico kolon thota, que significa porto sobre o rio Kelani, ou derivado da expressão kola-amba-thota, que significa porto com árvores frondosas de manga. Por extensão, Columba seria a versão feminina deste nome.

Descobri entretanto, que existe também uma constelação no hemisfério celestial sul com esse nome - e aqui fiquei entusiasmadíssima porque simplesmente adoro estrelas e constelações! – que foi criada pelo astrónomo holandês Petrus Plancius em 1592, tendo sido o seu nome original Columba Noachi (a pomba de Noé), referindo-se à pomba que trouxe a Noé um ramo de oliveira anunciando o fim do dilúvio. Quem me conhece sabe que Noé é um dos meus nomes masculinos de eleição, por isso fiquei contente com a associação dos dois nomes.

Provavelmente, Columba não é recuperável numa realidade próxima. A lista de nomes autorizados em Portugal, inclusive, retirou (ou omitiu) este nome, embora os registos antigos nos demonstrem que tem alguma tradição em Portugal como nome feminino e tem uma etimologia certa que justifica o seu uso, também por não existir alternativa fonética ou gráfica autorizada. Pessoalmente, acho-o forte e um daqueles nomes com imensa personalidade. É-me paradoxal, nunca sei se gosto dele, mas certamente sou uma entusiasta de Columba e podia recomendá-lo a alguém com mente muito aberta e com uma boa dose de ousadia. Como referência, dou destaque à lindíssima atriz mexicana Columba Dominguez.

Qual é a vossa primeira impressão deste nome?

3 comentários:

  1. Acho a sonoridade muito pesada, mas gostei do significado. Columba me faz lembrar o bolo Colomba Pascal, muito vendido por aqui na época da Páscoa. Não é um nome da minha preferência,mas gostei de saber mais sobre ele!

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  2. Não gostei, achei muito pesado e com uma sonoridade feia.

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