quinta-feira, 2 de junho de 2016

Flávia


O que é que Flávia tem em comum com nomes como Augusta, Aurélia, Cássia, Cláudia, Emília, Júlia, Máxima ou Octávia? Bem, talvez já adivinhou. Para além de quase todos terem acentos e terminações parecidas, são todos nomes típicos do Antigo Império Romano. Se tivéssemos a oportunidade de viajar atrás no tempo até os primeiros séculos depois de Cristo na cidade de Roma ou arredores, tenho a certeza de que ouviríamos e conheceríamos muitas mulheres com nomes como estes. E não sei quanto a vocês, mas, realmente, isto adiciona alguma maravilha aos nomes, torna-os mais brilhantes e especiais.

O nome tem origem latina em flavius, que significa de cabelos loiros. À época era habitual atribuir-se nomes relacionados com características físicas dos seus portadores ou familiares. No caso concreto de Flávia, o nome começou por ser um nome de família romana, à semelhança dos nossos apelidos/sobrenomes. Depois, como mandava a lei, era passado à descendência. Foi, inclusive, o nome de 8 imperatrizes romanas, de entre as quais destaco os compostos Flávia Aurélia Eusébia e Flávia Máxima Constância. A importância e impacto do nome eram tão grandes que hoje a linha de imperadores desta família é conhecida como Dinastia Flávia ou Dinastia Flaviana.

No Brasil, os censos de 2010 indicam-nos que cerca de 234 mil pessoas carregam atualmente consigo o nome Flávia, sendo que começou a crescer substancialmente a partir da década de 60 atingindo o seu auge de utilização nos anos 80! Assim sendo, é provável que conheça muitas Flávias de 40, 30 ou 20 anos. Era realmente um nome muito popular. Desde então, o nome tem estado em recessão tornando-se um nome datado (muito associado a gerações específicas). Hoje em dia o nome é menos comum em bebés, mesmo assim, em 2015 nasceram em São Paulo 120 meninas com Flávia como primeiro nome e outras várias em compostos como Ana Flávia (56) e Flávia Alessandra (10), este último provavelmente inspirado na conhecida atriz brasileira com o mesmo nome.

Ao olharmos atentamente para os dados do SPIE, que nos dão conta do uso de Flávia ao longo dos anos em Portugal, pode-se constatar que este é um nome de uso muito discreto, entre 1920 e 1980, raramente ultrapassando a fasquia dos 20 registos anuais, o que significa que dificilmente nasceriam mais do que 20 Flávias por ano ao longo de todo o século XX. No entanto, ainda que não se possuam dados dessa altura, especula-se que o número de registos tenha subido consideravelmente na década de 90 pela quantidade de Flávias na casa dos 20 anos que se vão encontrando por aí. Atualmente, o nome reduziu novamente o número de registos para 24 (2013), 19 (2014) e 14 (2015). Em termos de compostos, Flávia Alexandra também continua a ser um marco.

Em jeito de conclusão, vou apenas frisar que Flávia, apesar de agora ser datado, é um nome muito agradável e continua a manter o trunfo de ser um nome internacional e com muita história associada. É um nome fluído e imperial!

Continua a ser uma boa escolha, na vossa opinião?


Fontes Consultadas:
Ana Belo (1997) Mil e tal nomes próprios, ARPEN/SP, Behind the Name, Nameberry, IBGE, IRN, O Blog dos Nomes, SPIE, Wikipédia (Dinastia Flávia).

5 comentários:

  1. Neste momento não consigo gostar de Flávia, mesmo associando-o ao Império Romano.

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  2. Também acho Flávia um nome agradável. Foi muito comum na minha geração, mas adoraria conhecer uma pequena Flávia nos dias de hoje.

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  3. Gostei muito do post, mas do nome nem tanto. Não é um nome mau, isso também é verdade, só não me agrada :)

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  4. é dos nomes femininos que menos gosto.. mas bom post, como sempre :)

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  5. Eu amo o meu nome exatamente pelo peso histórico e por ñ ser tão comum hj em dia. Além do que minha mãe caprichou na combinação "Flávia Geisy". Espero que um dia ele volte a moda. Pois o acho simples, bonito e poderoso.

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