domingo, 17 de julho de 2016

Nomes de Reis de Portugal


Os nomes associados à monarquia e à aristocracia sempre foram nomes apreciados e muito utilizados pelos povos. Ainda hoje em dia a tendência parece não ter desaparecido e os nomes dos nossos antigos reis e rainhas continuam a dominar os tops nacionais! Assim, hoje, vamos procurar inspiração junto de todos os nomes dos Reis de Portugal!

I DINASTIA

- D. Afonso Henriques, o Conquistador (1143-1185). Primeiro Rei de Portugal, o pai da nação, que lutou pela independência de um condado que há muito fazia erguer a sua voz independentista! O nome é tão importante na nossa História que a lista do IRN permite que as famílias interessadas dêem o composto onomástico Afonso Henriques às suas crianças!

- D. Sancho I, o Povoador (1185-1211). Este era um nome muito comum na à data de nascimento do Rei e manteve-se muito popular durante alguns séculos até que caiu no esquecimento! Mas o mais curioso é que D. Sancho I na verdade chamava-se Martinho por ter nascido a 11 de Novembro. O nome foi-lhe mudado quando o seu irmão mais velho, D. Henrique, faleceu e D. Martinho se tornou o legítimo herdeiro ao trono português. Como Martinho não tinha tradição entre os reis hispânicos, o nome do pequeno príncipe foi mudado para Sancho. Nada contra Sancho, gosto muito, mas gostava mesmo de ver Martinho nesta lista a brilhar com todo o seu esplendor!

- D. Afonso II, o Gordo (1211-1223)

- D. Sancho II, o Capelo (1223-1248)

- D. Afonso III, o Bolonhês (1248-1279)

- D. Dinis I, o Lavrador (1279-1325). Primeiro e único de seu nome na monarquia portuguesa. Era poeta e trovador, cultivador das artes e impulsionador da língua portuguesa! Fernando Pessoa, apelidou-o de “plantador de naus a haver”, sugerindo que D. Dinis, profeticamente, mandou plantar um grande pinhal que seria a grande fonte de recurso para construir as naus portuguesas dois séculos depois!

- D. Afonso IV, o Bravo (1325-1357)

- D. Pedro I, o Justiceiro (1357-1367). Talvez o mais romântico dos nossos reis, imortalizado na voz de Camões e tantos outros escritores, poetas, pintores e demais artistas portugueses. Apaixonado pela aia da sua esposa, D. Pedro manteve em segredo o seu amor por D. Inês até que tragicamente foram separados pela mão da morte. Reza a lenda que quando foi coroado rei fez questão de também coroar D. Inês de Castro como Rainha de Portugal.

- D. Fernando I, o Formoso (1367-1383)


II DINASTIA

- D. João I, o de Boa Memória (1385-1433)

- D. Duarte I, o Eloquente (1433-1438)

- D. Afonso V, o Africano (1438-1481)

- D. João II, o Príncipe Perfeito (1481-1495)

- D. Manuel I, o Venturoso (1495-1521). No auge da Época dos Descobrimentos, D. Manuel foi um impulsionador artes! Em sua honra foi criado o estilo manuelino, um estilo de arte pautado por motivos marinhos.

- D. João II, o Piedoso (1521-1557)

- D. Sebastião I, o Desejado (1557-1578). O rei menino que caiu em batalha nas areias de Alcácer-Quibir. Não tendo descendência, a sua morte criou uma crise de sucessão em Portugal, que aumentou ainda mais a dor da sua perda. Por isto, ganhou o cognome de o Desejado, mantendo-se viva até hoje a lenda do seu regresso num cavalo branco, numa manhã de nevoeiro para salvar Portugal.

- D. Henrique I, o Casto (1578-1580)

- D. António I, o Determinado (1580-1580)


III DINASTIA

- D. Filipe I, o Prudente (1581-1598). Um Rei Espanhol que uniu as duas coroas. Foi também o Rei com mais esposas (4).

- D. Filipe II, o Pio (1598-1621)

- D. Filipe III, o Grande (1621-1640)


IV DINASTIA

- D. João IV, o Restaurador (1640-1656)

- D. Afonso VI, o Vitorioso (1656-1683)

- D. Pedro II, o Pacífico (1683-1706)

- D. João V, o Magnânimo (1706-1750). Aqui começou a moda dos nomes intermináveis. O seu nome completo era João Francisco António José Bento Bernardo.

- D. José I, o Reformador (1750-1777). Viveu e reinou durante o grande terramoto de 1755 que destruiu Lisboa. Precursor do absolutismo, a seu lado governou o famoso Marquês de Pombal. O seu nome completo era José Francisco António Inácio Norberto Agostinho.

- D. Pedro III, por casamento com a nossa Rainha D. Maria I.

- D. João VI, o Clemente (1816-1826). Nome completo: João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís António Domingos Rafael de Bragança. O primeiro de um composto misto (João Maria) na monarquia. Terá começado aqui a moda que hoje em dia predomina em Portugal!

- D. Pedro IV, o Rei Soldado (1826-1826). Foi simultaneamente Rei de Portugal e Imperador do Brasil, o seu nome completo era Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim. Um exagero de nome, não? Se achávamos que os anteriores eram bem compridos, D. Pedro arrasa com tudo.

- D. Miguel I, o Tradicionalista (1828-1834). Irmão mais novo de D. Pedro IV. Tal como o irmão tem um nome tremendamente grande e mais uma vez começa por ser um composto misto: Miguel Maria do Patrocínio João Carlos Francisco de Assis Xavier de Paula Pedro de Alcântara António Rafael Gabriel Joaquim José Gonzaga Evaristo.

- D. Fernando II, por casamento com a nossa Rainha D. Maria II.

- D. Pedro V, o Esperançoso (1853-1861). Nome completo: Pedro de Alcântara Maria Fernando Miguel Rafael Gonzaga Xavier João António Leopoldo Víctor Francisco de Assis Júlio Amélio! Já tinham pensado alguma vez em Amélio? Para mim foi uma surpresa!

- D. Luís I, o Popular (1861-1889). Irmão de D. Pedro V, sucedeu-lhe após a morte precoce. O seu nome completo era Luís Filipe Maria Fernando Pedro de Alcântara António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Valfando.

- D. Carlos I, o Martirizado (1889-1908). Rei português assassina em praça pública com o seu herdeiro, o Príncipe Luís Filipe, no seguimento de um descontentamento popular com a monarquia. O seu nome completo é Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon e Saxe-Coburgo-Gota.

- D. Manuel II, o Rei Saudade (1908-1910). Último Rei de Portugal, o seu nome completo é Manuel Maria Filipe Carlos Amélio Luís Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Eugénio!


Em forma de resumo, são apenas 16 os primeiros nomes dos nossos reis: Afonso, António, Carlos, Fernando, Dinis, Duarte, Filipe, Henrique, João, José, Luís, Manuel, Miguel, Pedro, Sancho e Sebastião. No top 50 de Portugal (2015) apenas não constam os nomes Fernando, Sancho e Sebastião, sendo que este último está atravessar uma fase de popularidade crescente encontrando-se já na 54ª posição (110 registos em 2015). Fernando, por outro lado, atravessa uma fase de desinteresse por ter ficado muito associado às gerações de 50 e 60. No Brasil acontece exatamente o contrário com estes dois nomes: Sebastião é um nome que cativa poucos e Fernando vai subindo na consideração do povo! No Brasil, Afonso e Dinis são também nomes que não despertam a atenção, mas acredito que são nomes bonitos e sempre seriam uma escolha original!

Posto isto, deixo a palavra do vosso lado: se tivessem de escolher um nome para um filho inspirado nesta lista que nome escolheriam?

Clique aqui para Nomes de Rainhas de Portugal (brevemente)!


Fontes Consultadas:
Andanças Medievais, Casa Real Portuguesa, O Blog dos Nomes, Wikipédia.

9 comentários:

  1. Muitos parabéns! Excelente escrita! Adoro os seus textos, Joana!

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  2. Excelente post, uma verdadeira aula de História, adorei! Parabéns Joana! Meus nomes preferidos são Afonso, Henrique, Pedro, Filipe e Fernando. Achei engraçado os nomes gigantescos, devia ser complicado decorar todos eles.

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  3. Desses 16 nomes não há nenhum que eu hoje não goste. Há uns tempos detestava Fernando, Duarte, Filipe e Miguel, mas hoje até engraço com eles.

    Destes 16 nomes usaria o composto Sebastião Manuel, que está na minha lista de preferidos e seria mesmo uma ponderação para um primeiro rapaz :)

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  4. Acho que para a maioria das pessoas quando ouvem Fernando nunca pensam que é um nome de rei mas sim um nome do povo, um clássico um pouco datado.
    Eu usaria Sancho! Adoro!

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  5. Adorei este post! Gosto muito da história monárquica portuguesa! Os meus preferidos são Sancho, Pedro, Duarte, Carlos e Sebastião. Simpatizo com Afonso e Henrique, mas para mim a popularidade estragou-os um pouco.

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